A Parashá desta semana nos premia com uma fantástica lição sobre maledicência, ao nos mostrar que mesmo após libertos do Egito, muitos filhos de Israel reclamavam da Maná, alegando que na terra de Mizraim de alimentavam melhor: "Mas agora, nossa vida é monótona; nada temos para esperar, exceto o maná!" (Bamidbar 11:4-6).
Aquele povo havia passado por inúmeras provas, que despertaram inúmeros milagres, numa abertura de portais da consciência. No entanto, esta passagem nos mostra que velhos hábitos são difíceis de combater, quando não infundimos verdadeiramente à Luz da doação em nossas ações. E doação também significa nos entregarmos ao propósito de nossas Neshamot.
O Midrash, nos conta que esta Lashón Hará se originava não do Maná (que tinha o sabor que a pessoa quisesse), mas na disciplina que a Torah impunha. Não dá para você reverter o sentido do egoísmo para a doação se não tiver um direcionamento, esta era só mais uma manifestação do pensamento escravo do egoísmo que se manifestava: "Por que deixamos o Egito?" (ibid. 11:20).
A Cabala nos mostra que este Egito é a manifestação de nossa prisão espiritual, onde o faraó é a representação maior de nosso Ego. Em nossa vida atual, aprendemos que em muitos casos, você pode se libertar de uma situação física, mas de nada adianta se espiritualmente você ainda estiver atrelado ao egoísmo.
Na outra parte desta Parashá, notamos que Myrian comete Lashón Hará contra Moisés, ao comentar indiscretamente com Aron, sobre sua conduta de profeta: "Moisés também poderia viver uma vida normal se assim escolhesse". Ainda assim, o profeta não perdeu seu tempo em contrariar sua irmã, já que sabe que a maledicência em si, anulasse e porque não desejava mal á Myrian.
Ainda assim, a lepra da qual foi acometida Myrian, nos lembra que quem comete Lashón Hará, sempre carrega consigo uma marca profunda e que qualquer tipo de maledicência ou fofoca, sempre retorna ao seu autor (a).
Shabbat Shalom!
Rafael Chiconeli
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