sábado, 30 de junho de 2012

A VERDADE MORA NO UM


Buscamos no estudo da Cabala, obter uma consciência superior, que possa realmente refinar nosso vaso receptor, a ponto de ele ser o perfeito receptáculo para Hashem. Chamamos isto de  Kli (Vaso), pois dentro de nosso conhecimento, o ser humano foi feito para que seja habitação para a Shekinah (presença divina).

É uma necessidade primordial nossa desejar esta união com o Criador e está acima de nós, porque é o nosso DNA espiritual. A Cabala nos explica que no princípio tínhamos Tzurá (forma)  de Hashem, porque viemos dele. Após a separação, para que pudéssemos nos desenvolver, pouco a pouco, perdemos esta equivalência com ele, até nos distanciarmos por completo.

Os sábios cabalistas do passado como o Ari, nos ajudam a responder estas questões com a seguinte sentença: "Hashem Hu Echad, Ushmo Echad", ou seja "D´us é um e seu nome é um". Esta é uma frase muito profunda que encerra segredos fascinantes da Cabala.

Hashem mora na unidade e não devemos nos separar dele. Tudo o que fizermos deve ser em busca desta unidade, agindo como o Criador e desejando em prol do todo, ou seja, infundindo desejo de doar em nossas ações. Isto permitirá junção entre D´us e o ser humano. 

Logo, nossas Neshamot (almas) experimentarão a sensação total de prazer que o riador quer nos gerar, o que significa Devekuth (aderência) a Lechud (unificação). De fato, a sensação única de prazer proveniente da verdadeira conexão com o Eterno.

Shalom!

Rafael Chiconeli

quinta-feira, 28 de junho de 2012

BUSCAR À D´US


Existe um grande abismo e até um certo questionamento sobre os caminhos que nos levarão até o Eterno. De um lado nós temos a Torah e o Talmud, assim como temos também o Zohar e os demais escritos cabalísticos. Por muito foi dito que sem a a literalidade não podemos encontrar Hashem.

Foi preciso que houvesse muita evolução em nossas almas e que muitos mestres viessem para este grau de existência para que tivéssemos uma visão maior de que a Cabala nos mostra as verdades que estão ocultas nas escrituras. Isto nos é aberto, somente ao enxergarmos que a Torá é um profundo código, que nos dá acesso á uma visão supra-lógica de como foi formado o universo.

Rabi Shimon bar Yochai nos revela no Zohar: "E aqueles que me procuram, achar-me-ão". Nesta mesma passagem, é perguntado: "Onde uma pessoa encontra o Criador"? As escrituras nos revelam que o acharemos na Torá, mas não simplesmente por abrí-la ou por contemplarmos Parashiot. Precisamos realmente nos aprofundar ESPIRITUALMENTE nela, afinal é dito "Tu és um D´us que te ocultas".

Seguindo no mesmo rumo Rav Chaim Vital afirmava que uma pessoa não necessitava dominar todos os segredos da Halachá (Lei Judaica), através da Mishná e da Guemará, para que pudesse ingressar nos ensinamentos da Cabala.  Ele afirmava: "na verdade um indivíduo não deve dizer que só estudará a Cabala, se antes dominar a Torá, a Mishná e o Talmud.

Isto que digo não é para dizer que as leis da Torá devem ser abandonadas, mas que a Cabala nos permite enxergá-las, de fato como elas são. Ou seja, nos revela os segredos da Torá física e nos revela a verdadeira Torá, que é essencialmente espiritual e a Luz que nos levará as correções.

Como o Rei Davi transmitiu ao seu filho, Salomão: "conhece o D´us de teu pai e serve-O".

Shalom,

Rafael Chiconeli





quarta-feira, 27 de junho de 2012

AUTO-MALEDICÊNCIA


Nem sempre o pior tipo de Lashón Hará proferida é aquela que atenta contra o outro, no caso de pessoas que dedicam sua existência à falar mal do semelhante. Há um caso mais sério, que é quando dedicamos nossa vida a falar mal de nós mesmos e de nossas conquistas. Como se tudo o que tivéssemos fosse sempre menor e indigno de prestígio.

Conta-se que em Jerusalém havia um grande Chacham (sábio) e que muitas pessoas gostavam de se aconselhar com ele. Muitos diziam que suas idéias eram mirabolantes e até - em certo ponto - loucas, mas que sempre dava certo. Então, quando pediam para procurar o Rabi, que executassem as suas ordens, por mais absurdas que parecessem.

Então, certa vez, um homem muito pobre procurou o mestre, pois não aguentava mais as condições nas quais sua família vivia. Ele relatou que era infernal viver num casebre de cômodo único com dez filhos e a esposa, pois ninguém tinha espaço, privacidade ou conforto.

O mestre o ouviu atentamente os problemas do homem e logo, perguntou:

- Vocês têm uma vaca?

- Vaca? Perguntou o homem, sem entender nada. Sim, temos uma vaca leiteira que nos supre com leite e derivados.

- Pois bem, pegue então sua vaca e coloque-a dentro de casa. Deixe-a em casa durante uma semana e depois retorne para falar comigo.

- Tudo bem, assentiu o homem, incrédulo com o conselho do Chacham.

Havia passado uma semana e o homem voltou desesperado, para falar com o mestre. Então o sábio perguntou:

- Como está tudo?

- Está um inferno! Minha vida já era ruim, agora ficou pior com aquela vaca em casa mugindo, fazendo necessidades e disputando o pouco espaço que já tínhamos. 

- Pois bem. Agora tire a vaca de casa e a mantenha assim, em uma semana retorne para falar comigo, disse o Rav.

Passada a semana, o homem retorna à casa do sábio com um ar totalmente diferente. Parecia descansado e feliz, mal lembrava aquele que procurara o sábio dias atrás. Então o mestre perguntou:

- Como anda tudo?

- Nunca estive tão bem! Desde o dia em que a vaca saiu de nossa casa, a vida mudou. Temos lugar para todos e descobrimos quão espaçosa é a nossa casa!

Shalom,

Rafael Chiconeli




terça-feira, 26 de junho de 2012

SEMPRE CRESCENDO


Há uma história que nos ensina muito sobre relações entre pessoas e o quanto muitas vezes, podemos aprender, mesmo em coisas que parecem simplesmente de oposição. Nestas situações, podemos acreditar que somente as coisas boas e palavras bonitas vão nos ensinar. Nem sempre é o caso.

Um cabalista era muito respeitado por sua comunidade e querido pelos ensinamentos que proporcionava às pessoas, através da luz de sua sabedoria. Todos na cidade vinham buscá-lo em busca de seus conselhos, que diziam serem milagrosos. Não havia uma pessoa naquela localidade que não conhecesse a fama do Rav.

A não ser por Davi. Ele era aquele que não se furtava em contradizer todas os ensinamentos do cabalista e apontava todas as falhas que via em seus ensinamentos. Embora ninguém concordasse com Davi, ele seguia o tempo todo tentando tirar o Rav do sério com suas conclusões.

Um dia Davi morreu e durante o enterro todos notaram que o cabalista estava profundamente triste. 

- Por que tanta tristeza Rav? Ele vivia colocando defeitos em tudo o que o senhor ensinava. Não haverá de fazer falta à nossa comunidade.

Aí, o sábio cabalista olhou para o interlocutor e falou:

- Não lamento por Davi, que morreu e foi fazer companhia a Hashem, mas lamento por mim. Enquanto todos me reverenciavam, ele me desafiava e eu era obrigado a melhorar. Agora que ele se foi, tenho medo de parar de crescer.

Shalom,

Rafael Chiconeli

domingo, 24 de junho de 2012

FALAR À ALMA



Nossa maior dificuldade é falar à alma, já que nossa forma típica de comunicação é com o cérebro. Enxergo a complicação que é o entendimento humano, simplesmente porque ainda que falemos com o outro nos comunicamos como se estivéssemos falando conosco mesmos.

Sim, esta é uma outra ação do egoísmo, falar com o outro e querer satisfazer a si próprio como se o outro tivesse que vislumbrar tudo como nós. No final, temos grande probabilidade de atropelar o interlocutor e não atingir exatamente o que queremos que é estabelecer um vínculo.

Por isso a comunicação cabalística é com a alma da pessoa. Isto possibilita que todos os padrões caiam por terra e que se possa estabelecer um real vínculo entre os que participam do diálogo. O entendimento gera Luz e esta Luz nos coloca em rota de colisão com a energia do amor.

Quando mais entendemos, mais temos prazer, porque o suprasumo desta sensação se dá através da consciência. Ao obter isto, adquirimos a sabedoria necessária para que nossos hábitos em outras parcelas da vida sejam aprimorados. A própria correspondência nos informa que a Língua se posiciona exatamente na esfera de Malchut.

Isto nos diz que a principal forma de refinamento neste mundo é aprimorar nossa comunicação, evitar Lashón Hará e infundir amor em nossas conversas. Quando as almas falam, nada mais precisa ser dito, apenas sentido e experimentado.

Shalom!

Rafael Chiconeli

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O ÊXTASE E A CABALA


Um dos grandes méritos dos sábios cabalistas é levar a Cabala consigo, pois ela não pertence a alguém específico, mas à toda humanidade. Quando o cabalista a leva, é permitido que também a dissemine, em especial pelo seu exemplo de retidão, e depois, pela responsabilidade em passar o conhecimento à quem estiver preparado para adentrar.

A Kavannah não é algo só para utilizarmos em isolamento, mas em todos os aspectos de nossa vida, o que significa não somente ser parte do processo, mas SER O PROCESSO. Significa vivê-lo com alegria, entusiamo e refletir o bem que a Cabala faz, O CABALISTA É LUZ E A LUZ REFLETE.

Quando vivemos isto através do estudo e vivência corretos, conseguimos enxergar D´us em cada coisa com a qual nos deparamos. A vida deixa de ser algo comum do dia a dia, para tornar-se um experimento fantástico, o que nos mostra o quanto a Cabala é uma ciência.

Nós aprendemos que a felicidade é resultante do entendimento dos planos de D´us para nós. Isto é multiplicado, à medida em que partilhamos esta visão com o próximo e trazemos a Shekinah divina para mais perto. Um grande Rabi dizia: "A oração só é aceitável a D´us se fluir de um coração feliz". Precisamos vivenciar isto.

Por isto, em nossas práticas, fortalecemos nosso vínculo com Hashem, através da celebração de nossas vidas, a confiança em nosso papel na dinâmica do mundo. Aplicamos em nossa vivência a Devekuth (subordinação total) a D´us, que nos torna um com ele e com as demais criaturas que dele se originaram.

Shabbat Shalom!

Rafael Chiconeli


quinta-feira, 21 de junho de 2012

O MAPA ASTRAL CABALÍSTICO


A Cabala acredita que todos temos um papel nesta existência e que estes planos vão de acordo com as Tikkunin (correções) que temos que desenvolver nesta existência. Entender como se deu a formação do universo e a influência que os astros exercem sobre a pessoa é algo fundamental para que entendamos quem nós somos.

Segundo a Cabala, Abraham teve todos os mistérios revelados por D´us e estas revelações foram passadas de boca a ouvido entre os patriarcas, até os dias de hoje. Esta é a grande sabedoria que nos ensina a astronomia e astrologia, sob o ângulo verdadeiro, da "boca" de quem criou tudo o que conhecemos e aquilo que ainda estamos para conhecer.

A astrologia cabalística é diferente da convencional e traz interpretações sublimes, que concede à pessoa uma forma de obter autoconhecimento e ao mesmo tempo uma forma de tomar as melhores decisões. Entendemos através dela, que nossa liberdade de ação não se esvai por causa dos astros, mas podemos aproveitar o melhor da influência deles.

Sempre que faço um mapa cabalístico consigo entender as possibilidades que se abrem na vida da pessoa e as potencialidades que a mesma têm. Para a Cabala os mistérios se desvelam no momento em que estudamos profundamente os desígnios de D´us ao ocasionar nosso nascimento numa determinada data.



terça-feira, 19 de junho de 2012

COMO ME RECONCILIAR COM ALGUÉM?


Nosso ensinamento não tem distanciamento porque o amor é uma força necessária e que estabelece conexões invisíveis para que os seres humanos verdadeiramente se entendam. Quando aplicamos isto em nossas vidas, refinamos nossas atitudes e encontramos as melhores palavras para expressar-nos.

Muitas vezes buscamos reconciliação com alguém que amamos, ou alguém que realmente nos ama quer saber como se aproximar de nós. Porém, nenhum dos lados acaba por não ter sucesso, exatamente por não saber quais seriam as palavras apropriadas para se usar.

Na Cabala, utilizamos bem o exemplo de Hashem, que em sua Torah, inicia com a palavra "Bereshit" ou "No princípio", onde vemos que seguidamente o Criador ordena que a Criação aconteça. A maior lição cabalística, não é o imperativo das ordens de D´us, mas sim a entonação que ele usou, para que as palavras gerassem exatamente o que ele queria.

Isto nos mostra, que precisamos entender como colocar as palavras com relação às pessoas que queremos tocar. Não tente ordenar as pessoas, você deve colocar amor nas palavras e olhar nos olhos das pessoas. Quando você entra com este desejo, deixa de falar simplesmente com o cérebro e passa a falar com a alma da pessoa.

Quando isto acontece, o amor unifica os dois seres e automaticamente acontece uma ligação com o Criador, e uma conexão com a Sefirah Binah. Isto faz com que todas as diferenças fiquem para segundo plano e só reste o amor, que tudo iguala, compreende e reconcilia.

Shalom,

Rafael Chiconeli


PALESTRA DE CABALA (SP)



Toda a Luz da Cabala para vocês!


Neste fim de semana agora, nos dias 23 e 24 de junho (sábado e domingo) estaremos em SP falando de cabala em dois eventos.


Seguem as informações:



23/06- ESPAÇO MENTE NOVA (SP) – PALESTRA: “A CABALA E O PROPÓSITO DA NOSSA EXISTÊNCIA”, ÀS 18H – RUA CLAUDINO ALVES, N: 13, BAIRRO SANTANA- SÃO PAULO – CAPITAL – EVENTO GRATUITO  DO MENTE NOVA, Infos: info@mentenova.com 
24/06- EXPO SAÚDE ALTERNATIVA (SP) PALESTRA: “A CABALA PARA A CURA DO CORPO E DA ALMA”, ÀS 15H ( NO AUDITÓRIO 3) – CENTRO DE EXPOSIÇÕES IMIGRANTES – RODOVIA DOS IMIGRANTES, KM 1,5 – SÃO PAULO – SP. infos: http://www.exposaudealternativa.com.br/
Shalom,


Rafael Chiconeli

domingo, 17 de junho de 2012

PARASHÁ CÔACH



A Parashá desta semana nos conta sobre como Côach utilizou seu dom de persuasão para manipular os judeus contra Moisés e Aron, seu irmão. Havia um objetivo claro por parte deste homem em fazer surgir uma aura de descrença sobre tudo o que o profeta havia ensinado.

A Cabala nos conta que o Satan existente em nós trabalha sempre no sentido de buscar dúvidas e erros, para que duvidemos daquelas coisas que realmente existem para o nosso bem. É o famoso "procurar chifre na cabeça de cavalo" ou se deixar levar por Lashón Hará que alguém plantou.

Neste caso o tema enfocado é a confiança que deve haver entre discípulos e mestres. Muitas vezes, o mestre fala por uma língua que o aluno não compreende, o que não quer dizer que não seja verdadeira, mas que está num nível de compreensão que o aluno não atingiu. Mas justamente por equívoco coisas negativas acontecem.

Moisés instruía o povo através do que lhe era passado por D´us e assim, transmitia verdades que muitas vezes eram incompreensíveis. Coach se aproveitou deste desconhecimento para plantar a história de que Moisés queria reinar sobre o povo e que não tinha o Eterno ao seu lado.

A Cabala nos ensina que todas as almas fazem parte do Criador, pois de lá se originaram. Cada uma tem sua função e seu papel, suas qualidades e limitações. Não devemos querer o que é do outro e sim o que é reservado à nós. Coach simplesmente invejava Moisés e seu papel, mas o que devia fazer era cumprir a sua função com desenvoltura.

No final, tanto Coach como seus seguidores são castigados pelo Eterno, sendo sugados pela terra. Isso nos ensina que todo tipo instromissão na relação sagrada que descrevemos, ao final, cairá por terra.

Shalom,

Rafael Chiconeli


sexta-feira, 15 de junho de 2012

"FAREMOS E OUVIREMOS"


Existe uma história cabalística que relata a escolha da montanha qual Moisés receberia a Torah, fonte de Luz ininterrupta para todos nós. A Cabala nos ensina que tudo o que D´us criou tem um papel a desempenhar e naquele exato momento as montanhas da região "disputavam" para saber qual delas seria o palco da Outorga das escrituras.

Então elas discutiam entre elas, quem teria o privilégio:

- Eu sou a melhor. Tenho muitas árvores.

- Melhor sou eu, tenho muitos rios. Sem água os seres humanos não vivem.

- Sou a mais alta, por isso sou a melhor, disse uma outra.

Há pouca distância um monte ouvia a discussão toda calado e não concordava. Por que tanta necessidade de aparecer se haviam coisas mais importantes para se fazer?

Então conta-se que o Criador ficou fascinado pela humildade do pequeno monte, e por isso ele foi escolhido para sediar Shavuot e marcar a redenção de um povo que começava a aprender o sentido real da liberdade.

A Cabala conta que esta sabedoria sublime foi oferecida à outros povos anteriormente, mas o grande mérito da recepção da Torah, está na humildade. Aos outros quando houve o oferecimento por parte de Hashem, sempre eram colocadas pré-condições e empecilhos, mas o povo que de fato recebeu a Torah, foi o único que aceitou sem questionamento.

Eles disseram: 

- Faremos e ouviremos. Cumpriremos e obedeceremos todos os Mandamentos da Torá, apesar de ainda não os termos escutado; ambos, os preceitos negativos e os positivos.

O Talmud nos mostra que é proposital que o "faremos" venha na frente do "ouviremos". Isto significa a total entrega e a fé, ainda que você não conheça as condições, ou seja é a total confiança nos desígnios do Eterno.

O Midrash nos conta, que o Eterno ficou tão tocado com a fé de seu povo, que disse: 

Quem revelou a Meus filhos o segredo de pronunciarem 'faremos' antes de 'ouviremos', uma expressão que é da linguagem dos anjos?"

SINTONIA DE HOJE: Seja humilde e dê crédito ao ensinamento que pode lhe transformar antes de colocar inúmeras barreiras e descrença.

Um Shabbat Shalom!

Rafael Chiconeli

quinta-feira, 14 de junho de 2012

É TUDO DO ETERNO


Neste grau de existência, ainda limitados pelos inúmeros véus que inibem nossa consciência, muitas vezes somos enganados por nossos sentidos e acabamos por ter contatos com coisas que acreditamos que vimos, mas não vimos. Assim como achamos que somos certas coisas, que não passam de equívoco.

Da mesma maneira que o povo judeu passou muito tempo no Egito, em sua escravidão até que Moisés surgisse, muitos de nós permanecem ainda no Egito Espiritual. Esta palavra em hebraico, aparece na Torah, sob a escrita de "Mitzraim", que também pode ser traduzida como "estreitamento". Ou seja, uma visão limitada das coisas.

Daí, olhamos para este mundo e pensamos nas coisas que queremos e quando as obtemos chegamos à conclusão de que tudo de fato é nosso. Conclusão errada, é tudo do Eterno e a Cabala nos ensina a compartilhar aquilo que está sob nossa proteção, num projeto sublime de prover justiça ao mundo.

A Visão da Cabala é que tudo pertence à D´us, porque ele é o Criador, sendo assim, nós somos como procuradores dele. Temos autorização para administrar seus bens, desde que isto seja feito de maneira sábia, coerente com os valores que eles nos deixou. 

A Cabala nos ensina que o Eterno destinou à nós a tarefa de ajudá-lo no aperfeiçoamento desta obra e então você tem algumas opções: pode permanecer sendo somente uma criação de D´us ou pode ser sócio dele em seu projeto. 

Entrar na dinâmica da doação é buscar equivalência de forma com o Criador e esta sociedade está na base de nossa evolução.

Com muito amor,

Rafael Chiconeli

quarta-feira, 13 de junho de 2012

NÃO ESCUTE SOMENTE, OUÇA!


Nós nos elevamos na Cabala, conforme nos aproximamos da percepção maior que é Ohr hassidim, ou a Luz da Fé, que tem uma ligação profunda com o sentido com a audição. Ele é o sentido da obtenção das revelações, porque está ligado á nossa total atenção e mais do que a visão, deve ser apurado.

O máximo das instruções Cabalísticas são orais. O relacionamento entre mestre e aluno se guia principalmente pela instrução e contato direto, pois você pode ter livros, estudos e tudo o mais, mas não havendo este contato, que é guiado por uma relação de amor e confiança não haverá vivência.

Uma história Cabalística nos explica sobre a importância de não só escutar, mas de ouvir. Um judeu abastado veio de muito longe ao encontro de um cabalista, pois queria instruções sábias de como guiar seus negócios de acordo com a sua profunda sabedoria. O místico ouviu pacientemente tudo o que o homem lhe disse, até que tivesse espaço para falar.

O cabalista deu instruções sobre os negócios do homem, que o observava atentamente, anotava certas coisas e assentia com a cabeça. Fez comentários, apreciou profundamente as instruções do cabalista e o agradeceu. Mas quando ia embora o místico o chamou de volta, pois percebeu que, ele precisaria realizar sérios Tikkunin em suas relações familiares. 

O homem olhou para o cabalista, mas seu olhar era vazio e seco, como diz o título do texto, ele escutava, mas não ouvia. Logo, não estava interessado em absorver nada do que o mestre dizia. Ao terminar, ele olhou para o  místico e disse:

- Embora o senhor seja profundamente versado, suas idéias não se aplicam à minha vida hoje.

Ouvindo isto, o cabalista respondeu:

- Não consigo entendê-lo. Viajou cinco mil quilômetros em busca de meu conselho nos negócios, e está disposto a aceitar estes conselhos embora eu esteja longe de ser um homem de negócios. Mas quando se trata de Tikkun, área na qual meus antecessores e eu somos especialistas, não quer me dar ouvidos.


SINTONIA DE HOJE: Não escute somente, ouça!


Shalom!


Rafael Chiconeli





terça-feira, 12 de junho de 2012

O QUE É NOSSO É DO OUTRO


Devemos aprender que certas coisas são nossas e outras não. Por aquilo que é nosso, devemos lutar, mas de uma maneira diferente da qual as pessoas estão acostumadas. Significa que devemos aproveitar o máximos daquilo e lhe dar utilidade maior, através do compartilhamento. A sensação de partilhar é algo incrível.

Existe uma história cabalística que conta sobre a luta de Moisés em conquistar algo que lhe era merecido, mas que no fim, serviria a todos nós. Conta-se que por ordem de Hashem, o profeta se elevou para receber a Torah e para sua surpresa deu de encontro com a insatisfação dos anjos.

Eles diziam: 

- O homem é malvado mentiroso e pecador. A Torah deve permanecer conosco no paraíso".

Porém, Moisés esperou que o silêncio se fizesse e logo, começou a falar:

- Anjos do Paraíso, a Torah diz: "Eu, o Senhor, os tirei das terras do Egito". Vocês estiveram no Egito? Por acaso foram escravor do Faraó?

Todos os olhos do paraíso se voltaram para ele, mas o profeta não se intimidou:

- A Torah diz: "Não terão outros deuses além de mim". Por acaso vocês vivem entre pagãos de forma a servir outros deuses"? A Torah diz: "Guardarão o Shabbat". Vocês trabalham, de alguma forma que exija descanso?

Então os olhares de reprovação foram desaparecendo entre os seres celestiais, até que Moisés concluisse:

- A Torah diz: "honrarás teu pai e tua mãe". Vocês têm pais? Percebem como a Torah não lhes serviria para nada?

Assim, os anjos compreenderam e reconhecendo sua humildade frente ao profeta, cada um deles lhe ensinou algo, por perceber que em tudo o que Moisés disseram havia um profundo amor, em levar este conhecimento sublime para a Humanidade.

Shalom,

Rafael Chiconeli


segunda-feira, 11 de junho de 2012

AO PRÓXIMO


Falamos muito da necessidade de prazer que nós temos e que o ser humano nasce com dois desejos naturais, que provém de sua origem, D´us. Queremos por um lado obter o máximo de prazer e, por outro lado, obter o mínimo de sofrimento. Mas isto só poderá ser conciliado de verdade quando alcançarmos o desejo de compartilhar.

Há uma história cabalística que fala sobre isto. Certa vez, havia um Rav que havia obtido muitos méritos, devido à sua entrega no estudo e no ensino da Cabala. Seus alunos o amavam e várias pessoas estavam procurando o caminho dos Tikkun, por intermédio de sua orientação amorosa.

Conta-se então, que isto emocionou profundamente D´us, que quis mostrar àquele homem o que o esperava. Então, em uma das meditações do Rav, anjos foram enviados até ele, para que esta vontade do Criador fosse realizada. Eles falaram ao cabalista de sua missão e ele aceitou, com profunda felicidade.

O primeiro lugar onde ele foi levado, foi para as dimensões inferiores, onde lhe abriram uma porta. Era uma sala, onde havia um enorme caldeirão de sopa suculenta e muitas pessoas em volta com muita fome e desespero. Todas elas tinham uma colher na mão, com um cabo muito comprido, onde se podia alcançar o caldeirão, mas não a própria boca. Era muito sofrimento.

Em seguida, ele foi guiado até as dimensões superiores, porém, entraram num lugar idêntico ao primeiro, com o mesmo caldeirão e as pessoas à sua volta com colheres de cabo comprido. Mas a diferença é que todos estavam muito felizes, pareciam realmente saciados.

- Não entendi, disse o Rav.

Um dos anjos sorriu e respondeu:

- Você não percebeu? É porque aqui, elas aprenderam a dar comida umas às outras.

Excelente Início de Semana Para Todos Nós!

Rafael Chiconeli


domingo, 10 de junho de 2012

A OCULTAÇÃO DIVINA


Os sábios cabalistas tiveram como grande mérito, ainda em estado material, vislumbrar altas esferas espirituais e dividir esta experiência conosco, através de suas aulas e escritos. Daí entendemos que a sua percepção transcendeu à um nível que vai além do ser humano comum, possibilitando um estado que podemos chamar de iluminação.

Enquanto não atingimos este nível, estamos restritos ao que podemos captar com os nossos cinco sentidos, o que aliás é muito pouco. Temos desejos que são profundamente espirituais, mas que pela falta de visão, acabamos aplicando em coisas fúteis, que acabam por não nos complementar. O resultado disto é uma busca indiscriminada de preencher algo, que nada material será capaz de preencher.

Costumamos dizer que vivemos a vida, por tudo o que estamos fazendo aqui. Mas para a Cabala, isto não é a vida, não a vida que o Criador planejou para nós. É uma experiência necessária na matéria, que nos coloca na posição de realizar cada vez mais correções, que nos levarão ao Criador.

Há uma ocultação divina em relação à nós, afinal você não enxerga D´us, não se manifesta claramente de uma forma que todas as pessoas se comuniquem com ele. Não é algo acessível para todos e isto a Cabala nos revela que é proposital, afinal não haveria a evolução, se deixássemos nossas tarefas de lado para buscar o Criador o tempo todo.

Então ele está oculto de nós. Isto não significa que estará para sempre, mas que isto nos desafia a realizarmos nossas correções e adquirir cada vez mais equivalência de forma com D´us, que é uma forma de chegarmos até ele, sem renunciar à nossa evolução. Esta é a diferença fundamental.

Os sábios cabalistas nos explicam então, que a Ocultação de Hashem em relação à nós não é ruim, mas um mecanismo útil e benéfico a nós. Somos necessidade de prazer, espera-se que seja gerado em você um desejo novo, o de estar com o Criador, de enxergá-lo, de ser um com ele. 

Ou seja, desejo não só por nos satisfazer, mas pelo próximo, que derrubará todos os véus de ocultação do divino em relação à nós.

Shalom,

Rafael Chiconeli

sábado, 9 de junho de 2012

PALESTRA "INTRODUÇÃO À CABALA" (RJ)








VAMOS TER UMA PALESTRA NO RIO DE JANEIRO - COPACABANA (DIA 19 DE JUNHO) - TERÇA-FEIRA, ÀS 20H. 


O TEMA SERÁ A "INTRODUÇÃO À CABALA" .




- O QUE É CABALA?


- OS PRIMEIROS CONCEITOS


- POR QUE ESTUDÁ-LA?


- GRANDES CABALISTAS


- O ZOHAR


É GRATUITO. QUEM QUISER PARTICIPAR, É SÓ ENVIAR UM E-MAIL PARA: 


rafael@cabalainiciatica.com.br


COM TELEFONE E NOME COMPLETO, QUE PASSAREMOS TODOS OS DADOS CORRETAMENTE.


VAGAS LIMITADAS.


LOCAL: COPACABANA, RIO DE JANEIRO (RJ)


DIA: 19 DE JUNHO (TERÇA-FEIRA)


HORÁRIO: 20H


COM: RAFAEL CHICONELI





sexta-feira, 8 de junho de 2012

PARASHÁ BEHAALOTECHÁ



A Parashá desta semana nos premia com uma fantástica lição sobre maledicência, ao nos mostrar que mesmo após libertos do Egito, muitos filhos de Israel reclamavam da Maná, alegando que na terra de Mizraim de alimentavam melhor: "Mas agora, nossa vida é monótona; nada temos para esperar, exceto o maná!" (Bamidbar 11:4-6). 


Aquele povo havia passado por inúmeras provas, que despertaram inúmeros milagres, numa abertura de portais da consciência. No entanto, esta passagem nos mostra que velhos hábitos são difíceis de combater, quando não infundimos verdadeiramente à Luz da doação em nossas ações. E doação também significa nos entregarmos ao propósito de nossas Neshamot.


O Midrash, nos conta que esta Lashón Hará se originava não do Maná (que tinha o sabor que a pessoa quisesse), mas na disciplina que a Torah impunha. Não dá para você reverter o sentido do egoísmo para a doação se não tiver um direcionamento, esta era só mais uma manifestação do pensamento escravo do egoísmo que se manifestava: "Por que deixamos o Egito?" (ibid. 11:20).


A Cabala nos mostra que este Egito é a manifestação de nossa prisão espiritual, onde o faraó é a representação maior de nosso Ego. Em nossa vida atual, aprendemos que em muitos casos, você pode se libertar de uma situação física, mas de nada adianta se espiritualmente você ainda estiver atrelado ao egoísmo.


Na outra parte desta Parashá, notamos que Myrian comete Lashón Hará contra Moisés, ao comentar indiscretamente com Aron, sobre sua conduta de profeta: "Moisés também poderia viver uma vida normal se assim escolhesse". Ainda assim, o profeta não perdeu seu tempo em contrariar sua irmã, já que sabe que a maledicência em si, anulasse e porque não desejava mal á Myrian.


Ainda assim, a lepra da qual foi acometida Myrian, nos lembra que quem comete Lashón Hará, sempre carrega consigo uma marca profunda e que qualquer tipo de maledicência ou fofoca, sempre retorna ao seu autor (a).


Shabbat Shalom!


Rafael Chiconeli

RELAÇÃO MESTRE-ALUNO





Para o desenvolvimento e aprendizado dentro da Cabala, que é autêntica e vivencial, sobretudo sempre haverá uma relação profunda e fundamental para que haja plenitude: a relação mestre-aluno. Vemos que D´us foi o primeiro mestre cabalista, já que disseminou este conhecimento entre os primeiros seres e depois dele se seguiu uma linhagem de grandes instrutores de nossa sabedoria mística.

Você pode ler milhões de livros, assistir outros vários vídeos à respeito de cabala e ter instruções através de sistemas aleatórios que jogam a informação de maneira genérica. Daí, você tem aprendizado, você tem saber e entendimento, mas não tem a vivência, por não ter um componente fundamental, que é a relação entre Mestre e Aluno.

O grande autor do Zohar Rabi Shimon bar Yochai teve dois tipos de mestre: o presencial, através de Rabi Akiva e também o espiritual, pois na época de seu exílio recebeu as visitas e instruções de seu Maggid (mestre espiritual), o grande profeta Elyahu. A partir daí, teve as instruções para que ele mesmo desenvolvesse o mestrado.

Hoje, a Cabala está muito mais disseminada do que jamais esteve, mas existe uma coisa que é insubstituível: a relação entre mestre e aluno, que significa o supra-sumo do espírito de doação, na transmissão da Cabala. Todas as instruções cabalísticas são predicações do amor.


Como costumo dizer o mestre não realiza a sua iniciação, pois isto é impossível, somente o aluno pode se iniciar na Cabala. Mas cabe ao mestre as instruções, o auxílio no caminho e a rota que o aluno irá seguir. O mestre já enfrentou os desafios que o aluno enfrentará, por isso não só o instrui, mas lhe dá a mão, para que possam percorrer este caminho.


A relação Mestre e Aluno é algo tão bonito, que Rabi Shimon bar Yochai até a define assim no Zohar: "A instrução que um professor dá a seu aluno os aproxima um do outro e da Natureza (O Criador)".


Fraternalmente,


Rafael Chiconeli

quinta-feira, 7 de junho de 2012

CURA ATRAVÉS DA CABALA



A Cabala nos mostra o poder da cura e eu pude presenciar isto em inúmeras situações de vida. A atuação, utilizando-se de nossa sabedoria milenar traz conforto não só para questões físicas, mas para mentais e espirituais. Neste ponto, os grandes sábios viam com fundamental a "Kavannah" (intenção focada) e a entrega dos envolvidos para qualquer tipo de Cura.

Não há cura se você não é capaz de acreditar nela, a cura superior é a da Alma. Para a Cabala as verdadeiras e mais complicadas doenças se originam na Neshamah e nós as criamos por intermédio de nossas próprias atitudes.

A Cabala nos ensina que a palavra raiz da palavra hebraica que dá origem a "Chal", "doença" tem sentidos variáveis, porque com um complemento "Chayil", também pode significar "força". Ou seja, a doença é um estado intermediário entre a Vida e a Morte, está exatamente no Caminho do Meio.

A essência da criação é obter o prazer, mas não os prazeres meramente mundanos e sim os divinos. Quando nos afastamos demais da "fonte" que verdadeiramente nos alimenta, nós possibilitamos em nós a instalação de "Chal" que também pode se traduzido como "amargor", que abre as portas para a doença.

Ainda assim, há a possibilidade para cura, quando a alma, acredita e deseja verdadeiramente a conexão com este prazer superior que provém do Criador. Esta cura, vai depender da retificação ao que anima a alma e a leva para o prazer maior, abandonamos então o "Kelipat Noga", estado de intermediário entre revelação e ocultação. Então este amargor é substituído pela doçura.

Recuperar-se da doença é renascer, a Cabala provê diversas formas  para que possamos afastar nossos males, sabendo que a origem dos maiores desafios em termos de Cura nascem nas nossas almas. 


Shalom,


Rafael Chiconeli






quarta-feira, 6 de junho de 2012

A LUZ E O RECIPIENTE


A Cabala tem definições simples sobre nós, seres humanos e sobre o Criador. Para ela, Ele é doação, enquanto nós, somos recepção o que logicamente nos coloca na situação de ramos, que estão interligados e, em última instância, atrelados à uma raiz superior que chamamos de D´us.

A partir daí, podemos entender que em nossa existência manifestaremos desejos que estão totalmente de acordo com a nossa natureza. Somos "um recipiente", então manifestaremos durante nossa existência este desejo de receber. Para a Cabala assim que chegamos aqui, manifestamos duas formas de desejo: a de ter prazer e a de não sofrer.

D´us nos vê exatamente assim, como seres de desejo. Qual seriam as semelhanças e diferenças entre um cientista que pesquisa em busca da verdade, um assaltante de bancos e uma criança que faz bagunça em tudo e leva os pais à loucura? Para a Cabala a resposta é bem simples.

O que iguala todos estes três é seu desejo por prazer. O cientista busca a verdade e pode querer o bem, através disto, mas o faz, porque sente prazer. O bandido assalta um banco, porque o que ele quer é o prazer que advém disso, não o de assaltar o banco, mas o prazer que retirará do dinheiro. Já a criança que faz bagunça tem o prazer imenso em revirar as coisas.

Qual seria a diferença entre elas? Segundo a Cabala está na Kavannah ou intenção. O cientista pode estar buscando a verdade para fazer o bem às pessoas e a crianças está bagunçando, mas não tem consciência total do que faz, ela só quer se divertir. Já o bandido, busca o seu prazer de uma forma ilegal e que atinge diretamente as outras pessoas.

Os sábios cabalistas nos explicam que sempre que agimos um cálculo na velocidade de Luz acontece em nossas mentes. Sempre agimos buscando o máximo de prazer, ou o mínimo de nosso sofrimento. É  natureza inicial, é a nossa primeira busca e a nossa razão inicial. Mas isto se transformará.

O que a Cabala faz é transformar, para que possamos ter o prazer definitivo através da doação. É revelar o DNA de D´us em nós, transformando nossos desejos egoístas em desejos altruístas, logo extraindo o máximo de prazer. O prazer definitivo que nos coloca próximos ao Criador.

Shalom,

Rafael Chiconeli

terça-feira, 5 de junho de 2012

CABALA E CONSCIÊNCIA


O processo iniciático da Cabala está diretamente ligado à nossa consciência e a ampliação da mesma. Falamos em uma das sintonias que está ligado á algo que é acima de saber ou entender, significa vivenciar, que é quando enxergamos sua magnitude e nos orientamos em direção ao Criador.

Buscar este algo à mais é elevar a percepção e fazer isto, é o mesmo que ter acesso á um conhecimento que está restrito à pouquíssimas pessoas neste mundo. Isto porque as pessoas estão direcionando seus desejos para coisas unicamente materiais, das quais não tiram satisfação e entendem que quanto mais têm mais querem, e que quanto mais querem, mais insatisfeitas ficam.

O objetivo do aprofundamento na Cabala é revelar o Criador, que como já conhecemos é fonte de todo o amor e também de onde provém toda a harmonia. Se aproximar do Criador, significa caminhar até ele, através da ação, ou o ato de compartilhar. Disto, sentimos uma profunda conexão com aquele que nos fez e com as demais criaturas que dividem esta existência conosco.

Quando me referi no último artigo que D´us quer uma morada nos mundos inferiores, não significa inferioridade no sentido como os seres humanos conhecem. Esta inferioridade está ligada aos níveis espirituais que nos distanciam do Criador, que Ele está disposto a eliminar. Ou seja, ele quer estar conosco, mas também precisamos querer estar com ele.

É preciso despertar em nós o ponto, o desejo legítimo de revelar o Criador, até que isto aconteça verdadeiramente, só nos resta o mundo material e suas instabilidades. Isto não significa que a materialidade seja má, mas que obtemos plenitude nesta existência quando infundimos espiritualidade nela.

Um ótimo dia para todos!

Rafael Chiconeli

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O PODER DO AMOR


A Cabala nos ensina que o amor é a força motriz do mundo. Segundo ela, os minerais, animais, plantas e diversos aspectos do universo se interconectam através do amor, remetendo-se diretamente à sua origem, que está no Criador. Afinal D´us é a essência do verdadeiro amor, através de seu ato de criação.

Os sábios cabalistas nos afirmam que nossa existência é uma comunicação entre as raízes e os ramos, o que significa que nós somos uma ramificação de algo que tem uma origem mais elevada. Tudo o que temos aqui é apenas o efeito de uma causa que provém das esferas mais elevadas.

Amar é se elevar, porque não só nos aproxima de D´us, mas faz com que nos elevemos até Ele. Quando você ama, você está acessando um campo que lhe permite sentir em aspecto humano aquilo que emana do Criador. Por isto, a Cabala acredita que os seres humanos não inventam algo, mas através de uma percepção elevada, conseguem trazer à si coisas das esferas elevadas.

Ou seja, o ser humano não cria o amor, mas adere à ele. Por isso, faz-se uma analogia entre esta força e a água, pela capacidade que este mineral tem de aderência, de trazer e unir outros elementos, além da força de suas correntezas. O Midrash nos conta que "D´us queria uma morada nos mundos inferiores", ou seja, que apesar de sua elevação ele quer aderir à nós.

Ao mesmo tempo, espera-se que os seres humanos queiram a mesma coisa. O que nos ensina, que quem ama deve "descer" até o ser amado. Isto significa que devemos nos aproximar, para que esta energia possa completar plenamente o "recipiente". 

Aprendemos a partir daí, que amar é não se isolar, é abandonar nossa Torre de Marfim, que é a representação do ego, para que possamos de fato exercer o poder do amor, que tudo aproxima, realiza e faz.

Um Excelente Início de Semana para Todos!

Shalom,

Rafael Chiconeli




sábado, 2 de junho de 2012

O ZOHAR



Hashem brindou a humanidade com grandes mestres, cujo papel é fazer com que entendamos o sentido místico que as escrituras escondem. Chamamos de "Sod" a parte oculta que se busca revelar, sendo que a Cabala nos passa estes ensinamentos de boca à ouvido de gerações em gerações.

A importância do Zohar, ou "Livro do Esplendor", está justamente na maneira como Rabi Shimon bar Yochai nos transmite a parte esotérica contida na Torah. Em Cabala, costumamos dizer que os grandes mestres atingem níveis superiores de percepção e dividem suas experiências com seus semelhantes e discípulos.

Embora o Zohar tenha sido escrito em aramaico e hoje contemos com traduções em inglês e em outras línguas ele ainda é profundo demais. Mesmo se você é fluente em inglês e não é versado em Cabala não conseguira entender muito. Isto se explica pelo fato de sua linguagem ser profundamente espiritual, a língua em que está escrita, foi somente uma maneira de transmitir, mas o entendimento só acontece pela equivalência de forma entre o mestre e o leitor.

O que significa que para entender perfeitamente os escritos cabalísticos, precisamos entender a língua que estes mestres falavam. Por isso é necessária a relação entre mestre e discípulo para que haja um entendimento pleno da cabala, mais que entendimento a vivência, que é o que traz todos os benefícios.

Rabi Shimon bar Yochai nos transmitiu em seu Zohar os mistérios das almas, do amor, dos sonhos, dos anjos e da natureza divina. Ainda há muito mais que foi revelado por lá e nisto está a grande mágica da Cabala. 

Ela é um convite, um desafio de crescimento para nossas almas, á medida que vamos nos elevando degrau a degrau em sua vivência.

Shalom,

Rafael Chiconeli


sexta-feira, 1 de junho de 2012

SABER, CONHECER OU VIVENCIAR CABALA?


O conhecimento cabalístico hoje em dia é muito mais difundido, está além do que jamais se compararmos com o passado. Isto tem um propósito, já que sempre foi falado entre os sábios que haveria uma era de abertura maior, onde as pessoas teriam mais discernimento para receber a Cabala.

Hoje, inúmeras pessoas adentram os portais, buscando respostas, que sem dúvida a Cabala pode proporcionar, mas a questão é que elas estão adentrando ainda com a visão puramente científica das coisas. Isto envolve a experimentação, através das ciências que nos são conhecidas,o que diverge da Cabala.

A Cabala é uma ciência, mas é a ciência das ciências, e isto fica evidenciado. Um exemplo do nível de entendimento cabalístico, pode ser fornecido através do exemplo que o amor nos concede. À medida que falarmos dele, vamos entender o que buscamos quando nos relacionamos à um processo iniciático.

Todos "sabem" o que é o amor, pois já viram algum filme romântico. Também "entendem" o que é amor, por conhecer pessoas que amam e ver os processos que se desencadeiam para que isto ocorra. Mas existe um nível superior, que é vivenciar: você vivencia o amor, quando ama e sente o que acontece com você, à medida que passa pela experiência nova que é estar verdadeiramente apaixonado.

O mesmo acontece com a Cabala. "Saber" Cabala, muitas pessoas já têm esta noção. "Entender", alguns entendem, conhecem os livros e os processos de estudo. Mas a grande beleza da Cabala é vivenciar, é fazer parte do processo, é mais do que isso, é sentir em você.

Sentir é a maior das certezas, é a conexão com Ohr Hassidim (a Luz da Fé).

Shabbat Shalom,

Rafael Chiconeli