A Cabala tem definições simples sobre nós, seres humanos e sobre o Criador. Para ela, Ele é doação, enquanto nós, somos recepção o que logicamente nos coloca na situação de ramos, que estão interligados e, em última instância, atrelados à uma raiz superior que chamamos de D´us.
A partir daí, podemos entender que em nossa existência manifestaremos desejos que estão totalmente de acordo com a nossa natureza. Somos "um recipiente", então manifestaremos durante nossa existência este desejo de receber. Para a Cabala assim que chegamos aqui, manifestamos duas formas de desejo: a de ter prazer e a de não sofrer.
D´us nos vê exatamente assim, como seres de desejo. Qual seriam as semelhanças e diferenças entre um cientista que pesquisa em busca da verdade, um assaltante de bancos e uma criança que faz bagunça em tudo e leva os pais à loucura? Para a Cabala a resposta é bem simples.
O que iguala todos estes três é seu desejo por prazer. O cientista busca a verdade e pode querer o bem, através disto, mas o faz, porque sente prazer. O bandido assalta um banco, porque o que ele quer é o prazer que advém disso, não o de assaltar o banco, mas o prazer que retirará do dinheiro. Já a criança que faz bagunça tem o prazer imenso em revirar as coisas.
Qual seria a diferença entre elas? Segundo a Cabala está na Kavannah ou intenção. O cientista pode estar buscando a verdade para fazer o bem às pessoas e a crianças está bagunçando, mas não tem consciência total do que faz, ela só quer se divertir. Já o bandido, busca o seu prazer de uma forma ilegal e que atinge diretamente as outras pessoas.
Os sábios cabalistas nos explicam que sempre que agimos um cálculo na velocidade de Luz acontece em nossas mentes. Sempre agimos buscando o máximo de prazer, ou o mínimo de nosso sofrimento. É natureza inicial, é a nossa primeira busca e a nossa razão inicial. Mas isto se transformará.
O que a Cabala faz é transformar, para que possamos ter o prazer definitivo através da doação. É revelar o DNA de D´us em nós, transformando nossos desejos egoístas em desejos altruístas, logo extraindo o máximo de prazer. O prazer definitivo que nos coloca próximos ao Criador.
Shalom,
Rafael Chiconeli
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