domingo, 10 de junho de 2012

A OCULTAÇÃO DIVINA


Os sábios cabalistas tiveram como grande mérito, ainda em estado material, vislumbrar altas esferas espirituais e dividir esta experiência conosco, através de suas aulas e escritos. Daí entendemos que a sua percepção transcendeu à um nível que vai além do ser humano comum, possibilitando um estado que podemos chamar de iluminação.

Enquanto não atingimos este nível, estamos restritos ao que podemos captar com os nossos cinco sentidos, o que aliás é muito pouco. Temos desejos que são profundamente espirituais, mas que pela falta de visão, acabamos aplicando em coisas fúteis, que acabam por não nos complementar. O resultado disto é uma busca indiscriminada de preencher algo, que nada material será capaz de preencher.

Costumamos dizer que vivemos a vida, por tudo o que estamos fazendo aqui. Mas para a Cabala, isto não é a vida, não a vida que o Criador planejou para nós. É uma experiência necessária na matéria, que nos coloca na posição de realizar cada vez mais correções, que nos levarão ao Criador.

Há uma ocultação divina em relação à nós, afinal você não enxerga D´us, não se manifesta claramente de uma forma que todas as pessoas se comuniquem com ele. Não é algo acessível para todos e isto a Cabala nos revela que é proposital, afinal não haveria a evolução, se deixássemos nossas tarefas de lado para buscar o Criador o tempo todo.

Então ele está oculto de nós. Isto não significa que estará para sempre, mas que isto nos desafia a realizarmos nossas correções e adquirir cada vez mais equivalência de forma com D´us, que é uma forma de chegarmos até ele, sem renunciar à nossa evolução. Esta é a diferença fundamental.

Os sábios cabalistas nos explicam então, que a Ocultação de Hashem em relação à nós não é ruim, mas um mecanismo útil e benéfico a nós. Somos necessidade de prazer, espera-se que seja gerado em você um desejo novo, o de estar com o Criador, de enxergá-lo, de ser um com ele. 

Ou seja, desejo não só por nos satisfazer, mas pelo próximo, que derrubará todos os véus de ocultação do divino em relação à nós.

Shalom,

Rafael Chiconeli

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