domingo, 18 de setembro de 2011

A CABALA E O CASAMENTO







O casamento é a suprema parceria entre os dois mundos de imanência e transcendência. Quando cada parceiro aprende a partilhar sua perspectiva única enquanto avalia e se conecta com a perspectiva paralela do outro, marido e mulher se tornam um equilíbrio perfeito de universos complementares. O homem guia a mulher, a mulher leva o homem. O homem dá a perspectiva, a mulher dá a experiência. Um sem o outro é um quadro incompleto. Juntos, eles formam uma unidade que tem o melhor dos dois mundos.


Com essa definição de masculino e feminino podemos entender duas antigas tradições judaicas. Nos dias antes do casamento, é costume o noivo ser chamado à Torá na sinagoga, e a noiva imergir no micvê. Na superfície estas duas atividades parecem estar a mundos de distância. Recitar bênçãos sobre um Rolo de Torá e mergulhar numa piscina ritual dificilmente se assemelham. 


Por que práticas tão diferentes para homem e mulher?Talvez uma resposta seja que estes atos são uma forma de os noivos se conectarem a suas respectivas fontes espirituais, de enfatizar e nutrir as contribuições únicas que cada parte levará ao futuro casamento. O homem deve prover direção e estabilidade ao casamento, portanto ele se conecta à suprema fonte de direção e estabilidade – a Torá. 


A mulher deve trazer vitalidade e experiência à união, portanto imerge nas águas da vida. O dele é um ato teórico – uma leitura. O dela é um ato de total envolvimento – uma imersão. Ele se conectou com a fonte de transcendência; ela, à fonte da imanência.Não é um feito pequeno unir homem e mulher – dois opostos tão diversos como céu e terra, mente e coração, teoria e prática. 


Nós nos preparamos ao mergulhar primeiro em nossas respectivas fontes espirituais – as sagradas palavras da Torá e as águas sagradas do micvê. 


Na chupá, a canópia de luz Divina funde juntas as nossas almas como se fossem uma. Então, após o casamento, temos uma vida inteira para aprender como trabalhar juntos e descobrir as maravilhas e belezas dos dois mundos se tornando um só.


Uma idéia bem louca. Bastante boa, também.

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