A parashá da semana passada terminou com a entrega da Torá no Monte Sinai. Mishpatim é o plural da palavra Mishpat, que significa "justiça" e trata de uma série de leis que determinam o comportamento entre o homem e seu semelhante. Após a revelação dos “Dez mandamentos”, Mishpatim traz uma série de leis que promovem uma consciência maior de reponsabilidade e reciprocidade.
A porção começa com a frase: “E estas são as leis”. Este “E” teoricamente desnecessário, foi colocado de forma a conectar esta Parashá com a da semana passada. O objetivo é enfatizar a diferença entre as leis criadas pelos seres humanos e as leis da Torá, que estão além do tempo e do espaço.
É nesta porção que surge o polêmico conceito de “olho por olho e dente por dente”. Isso não significa que o homem deve ser simplesmente punido ou de revanchismo, mas um reconhecimento das leis de causa e efeito. Para Cabalá, o equilibrio cósmico diz respeito aos princípios Divinos de julgamento e misericórdia.
“Se alguém ferir seu escravo ou sua escrava com uma vara e o ferido vier a morrer, será punido”
O verbo “será” nos remete ao conceito de que através da energia de misericórdia pode haver um afastamento entre causa e efeito para que o ser humano tenha possibilidade de fazer a retificação. Quando as Forças supremas são influenciadas pelo livre-arbítrio do homem, elas por sua vez, influenciam as coisas físicas com as quais estão diretamente relacionadas. Somos capazes de influenciar as leis deterministas vivendo continuamente num estado de consciência plena.
“E ao peregrino não fraudareis e não o oprimireis, porque peregrino fostes na terra do Egito”.
Este preceito é repetido duas vezes em Mishpatim. Quando isto acontece na Torá, é um sinal para prestarmos atenção especial. A sabedoria da Cabalá nos ensina que todo ser humano é um peregrino no mundo físico – no Egito. Nossa verdadeira essênccia é espiritual .
A realidade na qual acreditamos, é na maioria das vezes uma ilusão criada pela mente. No livro Neurofisiologia da meditação, o autor faz a seguinte colocação: “Talvez não sejamos o que pensamos ser”. Quem sabe, de fato, contrariando a teoria Cartesiana, pensamos, logo não existimos”.
A maior de todas as ilusões é a de que somos apenas um único “eu “ limitado. Cada ser é uma casca que contém centelhas sagradas. Liberar estas centelhas de suas cascas aproxima o homem de seu estado original, sem as limitações impostas pelo ego. Quando acessamos um nível de alma (consciência) mais elevado, onde encontramos nosso verdadeiro “eu”, obtemos uma percepção do que está além da casca. Ganhamos familiaridade com o “estrangeiro” e despertamos a centelha Divina que existe em tudo no mundo físico.
“Tudo o que disse o Eterno, faremos e ouviremos”.
Esta declaração demonstra o compromisso que devemos assumir com o caminho espiritual, mesmo nos momentos de dúvida e medo. Não se trata de uma declaração de fé cega e absoluta. No deserto, o povo reclamou por diversas vezes de sede e de fome. Chegaram a dizer que eram mais felizes como escravos no Egito, mas não deixaram de seguir adiante.
Outro importante ponto de reflexão desta porção, é sobre a importância da ação no Mundo físico. A Sabedoria passiva não tem valor no Universo. Assim, é adequado ao homem que sua sabedoria encontre-se em todos os seus atos.
Rav,não sei se entendi bem,mas..seria
ResponderExcluirTemos que ter responsabilidades quando julgamos, pois da mesma forma seremos julgados e isso é reciproco.
Justiça quando julgamos os outros principalmente porque teremos o julgamento de d´us, pois como somos um só assim Tb seremos julgados
Devemos prestar atenção no nosso padrão moral nos colocarmos no lugar do outro ter essa sensibilidade assim nos tormamos uno com Deus e cumprindo seus mandamentos.
na mosca!
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