sábado, 17 de março de 2012

PARASHÁ VAIAKEL PECUDÊ


 


Depois de mais uma semana de trabalho, mais um Shabat. É momento de desacelerar o passo e entrar no estado meditativo. Ao chegarmos, porém, nem sempre nos damos conta do trabalho que dá preparar tudo: cadeiras no lugar, sidurim à disposição, o Shabat. 

Há milhares de anos, o povo de Israel, orientado por Deus, já externava todo o cuidado com o momento alto da semana, o Shabat. As porções semanais Vaiakel-Pecudê relatam em pormenores o que era necessário para a construção do Santuário onde nossos antepassados estariam diante da presença de Deus.

Mas não basta que tudo esteja tecnicamente impecável. A alma também anseia por beleza. Todos nós viemos para nos envolvermos com o "Óneg Shabat", o prazer de nos reunirmos para agradecer, contemplar, encontrar os amigos, simplesmente respirar.

Quanto ao aspecto técnico e estrutural, Moisés pediu que trouxessem para o Mishcán materiais nobres como ouro, prata e cobre; lã azul-celeste, púrpura, peles de carneiro tingidas de vermelho e peles de "tachásh", madeira de acácia. Também deveria haver azeite para iluminação e incenso – tudo para sensibilizar os sentidos físicos e preencher a alma de alegria.

Entre todos estes materiais, um deles intrigou os nossos sábios: o "tachásh", que ser é este? Uma das explicações é que se tratava de… um golfinho. Mestres da Cabala Iniciática, entendiam que "tachásh" derivava do aramaico "sas-gavna". O Talmud, no Tratado Shabat, afirma que "sas" significa "alegria" em hebraico e "gavna" quer dizer "cores" em aramaico: "um golfinho de cores festivas". 

No entanto, Rabi Yehuda afirma, no Midrash Tanchuma, que o "tachásh" era um animal com um chifre e pele de seis cores diferentes. Um unicórnio? Segundo Rabi Yehuda, este ser maravilhoso teria existido apenas para que da sua pele fossem feitas as cortinas do Mishcán. Depois disso ─ entrou em extinção.

Uma tradicional canção de Shabat diz assim: “Ismechu bemalchutecha, shomrê Shabat vecorê óneg, óneg Shabat.” Alegremo-nos com o Shabat em todos e com todos os seus sentidos. Assim compartilharemos sensações semelhantes às que nossos antepassados tiveram no deserto, no Mishcán, perto de Deus, com tudo o que há de mais maravilhoso há em Seu Reino: o nosso mundo.

2 comentários:

  1. Adorei o texto!É uma alegria poder estudar todos os sábados os shabat,minha tiferet até espera,pois ela mescla as cores cambiantes do amor.Precisamos nos reunir para agradecer,comtemplar,encontrar os alunos,festejar nossa alegria também.

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