sexta-feira, 27 de julho de 2012

PARASHÁ DEVARIM



Esta Parashá nos ensina que Moisés sabia que a hora de deixar este plano espiritual se aproximava e por isso fazia-se necessário conscientizar o povo. Esta passagem nos conta de forma literal que o profeta fez um longo discurso, onde fez observações acerca do comportamento de seu povo ao longo do tempo que passaram pelo deserto.

A Cabala nos revela que devemos compartilhar o que temos com o próximo e que nosso egoísmo é - sobretudo - espiritual. Ele não está simplesmente em você não doar algo, mas em resistir no que diz respeito à realizar uma conexão com o outro. Atuar com todo amor, usando de sinceridade e amor, no sentido de REPARAR, é se conectar.


Assim entendemos que o que o profeta realizou foi "Tochechá", uma correção. Quando ele espiritualmente sentiu que deixaria este mundo, quis compartilhar seus conhecimentos com o povo. Assim, pode ressaltar alguns eventos que se passaram, com aconselhamentos para que o povo realizasse Tikkun.


Hashem nos envia Tzadikim (Justos), para que possamos nos elevar através dos exemplos. Exerceu Moisés seu papel de mestre, utilizando seu verbo para emitir palavras sinceras, mas, sobretudo, doces para com aquele povo. Seguindo um dos maiores preceitos que um mestre cabalista deve exercer: "Hochêach Tochíach Et Amitêcha" ou "Corrigirás o teu companheiro".


A Cabala entende que tudo está interligado, somos um único organismo e o ato de um não afeta somente ele, mas todo o resto. Portanto, quando nos atentamos à correção das atitudes, tanto no aspecto micro, quanto no macro, proporcionamos equilíbrio a este mundo. Assim, estamos colaborando para que Teshuvá (retorno), aconteça o mais rápido possível.


Shabbat Shalom,


Rafael Chiconeli



sexta-feira, 13 de julho de 2012

PARASHÁ PINCHAS


Esta parashá nos conta que as mulheres midianitas seduziram homens judeus para que adorassem o ídolo Baal, o que gerou grande destruição no povo, onde mais de 24.000 morreram devido à uma grande epidemia. A passagem nos conta em seu clímax que Pinchas matou Zimri, príncipe da casa de Shimeon, que praticava idolatria junto à Kazbi, princesa midianita, que também foi morta.

A Torá nos revela que este ato pôs fim à praga, nos ensinando que Hashem é único, não há D´us como ele e nada faz paralelo ao Eterno. Assim, conta-se que o desacreditado Pinchas foi recompensado por sua fidelidade ao Eterno, sendo promovido Cohen, sacerdote.

Hashem diz: "Recompensá-lo-ei neste mundo e no Mundo Vindouro. Até agora, Pinchas foi apenas um Levy. Tornar-se-á um Cohen a partir de hoje." (Midrash)


A Cabala nos revela que a chave do ato de Pinchas é que ele não buscava auto-gratificação, seu único objetivo foi de doação (quis infundir cura e libertar o povo) e por isso Hashem viu a grandeza se sua ação. Pinchas representa nesta passagem a essência da ausência de ego. A cura em seu sentido mais belo.

Como o Eterno afirma: "Pinchas terá uma vida muito longa." (Midrash)

Aqui, entendemos que a vida longa da qual D´us não é só a saúde neste mundo, mas sim uma saúde espiritual. Fala das futuras encarnações de Pinchas, explicando que ele a partir dali viria como um grande profeta no futuro. 

D'us proclamou: "Mais que isso, porque Pinechas trouxe paz entre os judeus e seu Pai no Céu, ele estabelecerá a paz no futuro. Aparecerá como o profeta Eliyahu (Elias), de quem está escrito." (Malachi 3:23)


Por isso, a conexão de Pinchas tem o grande potencial de nos trazer cura não só material, como espiritual. A verdadeira cura que o Eterno deseja para nós.

Shabbat Shalom!

Rafael Chiconeli

OBS: AMANHÃ SÁBADO, REALIZAREMOS A CONEXÃO DE CURA DE PINCHAS, PRESENCIAL EM SP (16H) COM NOSSOS ALUNOS. O PESSOAL DA LISTA, RECEBERÁ POR E-MAIL.

sábado, 7 de julho de 2012

PARASHÁ BALAC


A Parashá desta semana nos mostra o quanto somos passíveis de ataques, por parte de terceiros e que embora, muitos de nós tenhamos medo da violência de outrem, os ataques espirituais são mais perigosos, por serem invisíveis e silenciosos. Esta passagem inicia com Balac, rei de Moab que desejava destruir Israel e por conhecer a força espiritual deste povo, usou uma estratégia muito inteligente.

Muitas vezes, as pessoas podem não se relacionar bem, mas quando os propósitos são malignos são capazes de se unir, se prejudicar um terceiro for de seu interesse comum. Assim, aconteceu, pois Moab e Midiã eram inimigos e isto não impediu que Balac os procurasse para destruir Israel. Assim, o rei dos Moabitas procura o feiticeiro Bilam, para que lance maldições contra Israel, pois este conhecia "o poder das palavras".

A Cabala nos ensina que as palavras são uma imensa manifestação de poder, a Torá, em Bereshit nos mostra toda esta força, quando Hashem é mostrado criando todas as coisas. Tal qual D´us, nós também podemos criar coisas com o uso das palavras, assim como destruir. Por isto, praticamos o refinamento, utilizando nossa força criativa em prol do próximo.

A Parashá vai nos contar que Bilam trabalhava por dinheiro, mas também possuía muito ódio pelo povo de Israel. Isto se dá pela Luz, sempre que nós irradiamos Luz, algumas pessoas conseguem enxergar o mesmo e a buscam. Por outro lado, outras são cegadas por ela, e ao invés de despertar melhores sentimentos e busca, elas passam a odiar aquilo que reluz.

Na conclusão, uma lição importante. Bilam pede a Balac toda a sorte de animais e ergue altares para um sacrifício, onde deveria amaldiçoar o povo de Israel. Havia toda uma expectativa do rei, para que seu intento de destruir os judeus se realizasse. Porém, este não conhecia os desígnios do Eterno.

Conta-se que ao invés de proferir maldições, Bilam acabou pronunciando bênçãos: "Como amaldiçoarei quem não amaldiçoou a D´us? Como farei enervar quem não enervou o Eterno?" Isto deixou Balac furioso, mas por mais que tentasse, o feiticeiro só conseguia bem dizer ao povo de Israel. No final, o resultado foi a ira inútil de Balac: "eis que os abençoaste três vezes!"

A Cabala nos ensina que qualquer tipo de Lashón Hará (maledicência) ou Ayin Hará (mau olhado), sempre se transformará em bênçãos se andarmos nos propósitos de Hashem. Não importa o que façam ou falem, já que o Criador está acima de todas as coisas, haverá um espelho que refletirá toda a perversidade para quem as enviar.

Shalom!

Rafael Chiconeli

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ELO-HIM HAYM


Estudando profundamente a sabedoria da Cabala, aprendemos a buscar o significado profundo das coisas, o que está além do exoterismo e se constitui no entendimento verdadeiro, ou Sod. Nós, cabalistas, buscamos em tudo atingir a "Elo-him Haym", ou "D´us vivo".

Cabala é o contato direto, um método de refinamento que nos permite atingir o sagrado. Há inúmeras leituras cabalísticas sobre eventos retratados na Torá e em outras escrituras. As leituras sobre o trabalho no grande Tempo de Jerusalém são muito profundas e abrem as portas para o cabalista.

As "oferendas de vinho no altar", esotéricamente, simbolizam o "espírito alegre" que o cabalista deve trazer ao iniciar sua oração. "Acender as luzes", associa-se ao fato de "iluminar" a centelha da Neshamah, o DNA de D´us que todos nós temos. A "Terra Santa", é atingir o estado de "Devekuth", ou a iluminação buscada e "Egito" são as distrações do Mundo de Malchut, qjue atrapalham nossa percepção.

Ao procurar por esta verdade e interpretar profundamente as mensagens cifradas que Hashem nos deixou, somos capazes de atingir o verdadeiro estado de concentração. Seu nome é "Elo-Him Haym", ou o "D´us Vivo". A mente se silencia, vibrando unicamente em consonância com a essência divina.

O grande Rabino Shimon bar Yochai, desenvolvia sabiamente meditações utilizando como inspiração os materiais usados para a construção do Grande Templo. Até hoje estas avançadas ferramentas de espiritualidade são usadas, para que possamos antever o estado de perfeição que nos aguarda.

Shabbat Shalom,

Rafael Chiconeli


quarta-feira, 4 de julho de 2012

PREDICAÇÕES DO AMOR


Na senda iniciática que a Cabala nos revela, aprendemos que há importância nas coisas simples e que muitas coisas aparentemente importantes, são simples. Nossos mestres nos fizeram enxergar isto em suas lições e vivenciamos este caminho em nossas escolas, com profunda reverência.

O ser humano deve buscar a unidade com Hashem, mas não deve subitamente esperar até que isto aconteça "num belo dia". Isto já começa agora, a partir de cada Tikun que realizo e de cada sinal de reatividade que detecto e anulo em mim. O Êxtase está em "saborear aos poucos" e unidade com o Criador, onde a escalada de prazer vai aumentando gradativamente, até seu ápice.

Isto em Cabala Iniciática, é levantar o véu que esconde D´us do homem. Mas à medida que passamos a enxergar Hashem em todas as criaturas, objetos, atitudes iniciamos a sensação de unidade, que muitas vezes julgamos ilusório ou que "está muito longe de acontecer". A vivência cabalística nos diz frontalmente que não se trata de utopia, mas sim, de AQUI E AGORA.

Por isso estabelecemos grupos de estudo e ensinamos Cabala, por crer na revelação de Hashem à nós e pela profecia que nos chegou através de grandes Chachamim, como Elyahu e ARI. A partir do momento em que se atinge o Devekuth Místico, outras pessoas devem ser preparadas para recebê-lo.

O mestre fortalece seu aluno nas horas difíceis e de dúvida, não o inicia, mas o auxilia em seu processo iniciático, pois lhe dá a mão. Reconhece nele, exatamente o que um dia foi quando aprendiz, por isso faz com que seu aluno desenvolva sua capacidade de oração. Quando preciso, une sua oração à oração do aluno, para que o poder da prece seja fortalecido.

 As instruções cabalísticas, todas elas, são predicações do amor.

Shalom!

Rafael Chiconeli




terça-feira, 3 de julho de 2012

O BAHIR

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O Bahir, ou "Livro da Luz" é um escrito do século I da Era Comum, que traz as revelações profundas do Rabi Nehuniah ben Hakana. Nos é revelado aqui, a beleza da meditação cabalística e como atingir as verdades profundas que são capazes de nos carregar até o Trono do Eterno.


Sua importância está no fato de sugerir a busca de D´us num lugar em que pouquíssimos de nós está disposto ou acredita que se deva procurar: "é no coração do discípulo que o Rei habita". O que quer dizer que devemos procurar por Hashem em nosso interior, antes de empreendermos tantas buscas infrutíferas.


Havia na época do grande mestre cabalista, um profundo duelo que persiste nos dias de hoje: Conhecimento x Pensamento. Ben Hakana nos conta que o pensamento é o "emissário do ser humano", permitindo que o mesmo se expanda por toda a extensão, até chegar à D´us. O mestre defendia: "pode-se atingir o limite do conhecimento de uma pessoa, mas não o limite de seu pensamento.


Através de seu estudo e, sobretudo de sua transmissão, aprendemos que o ponto maior do ser humano é a "curiosidade espiritual", que justamente vai levá-lo a procurar pelo Criador. Através do amor profundo, a pessoa gerava em si mesma o anseio por partilhar da unidade com D´us e todo o processo se iniciava.


Amorosamente, o Rabi Nehuniah despertava o melhor de seus alunos e os conduzia verdadeiramente à Luz, aquela que surgiu no meio do vazio representado pelo Tzim-Tzum. Deixa-nos uma importante instrução, não pode haver nada de verdadeiro numa busca, se não houver, de fato, anseio.


Shalom,


Rafael Chiconeli