Uma vez eu andava por um vale, acompanhado de um grande sábio. Caminhava falando sobre as coisas terrenas e divinas, como o jovem aprendiz que eu "era" (e para sempre serei) buscando respostas sobre mim, que futuramente (hoje) poderia dividir com outras pessoas. Conversávamos animadamente, até que paramos diante de uma grande árvore.
Falava sobre a transitoriedade das coisas e do quanto era difícil reconhecer as boas e as más intenções das pessoas, por mais empenho que eu procurasse colocar nas minhas ações. Fiz diversas perguntas, uma atrás da outra, mas o mestre pacientemente me olhava e nada respondia.
Aquele clima confuso continuou, até ele pedir para que eu chegasse bem próximo á árvore. Não entendi o que ele queria, mas obedeci, conforme os antigos costumes. Alguns galhos daquela árvore pairavam diante de mim, tocando meus cabelos, com suas folhas envelhecidas, era realmente uma árvore muito feia.
Parece que ele adivinhou meu pensamento e disse: "prove". "provar o que", eu retruquei, já que estava enojado com a aparência da árvore e de seus frutos, alguma espécie de castanha que eu jamais provara. Mas ele insistiu, "coma do fruto". E eu, com aquela cara de poucos amigos, tentava desviar o foco, por não conseguir desprender uma fruta sequer do galho.
"Coma agora, Rafael"! Não consegui resistir a esta voz de comando e automaticamente peguei o fruto e o puxei, soltando-o do galho, de encontro á mim. Tive ânsia de vômito, mas quando coloquei nos lábios e comecei a mastigar, tive uma sensação surpreendente. Era a castanha mais gostosa que eu jamais tinha experimentado!
Então, me olhando, o sábio disse: "Rafael, você conhece o valor da árvore, não pela sua aparência, e sim pelos frutos que ela dá".
Aprendi, a partir de então, que não devia classificar ninguém pela aparência e sim, flagrar em cada pessoa aspectos positivos e aprender, que muito mais do que o que ela aparenta, o magnífico é, de fato, o que ela é. E isso, só podemos descobrir se colhermos os frutos que provém de cada pessoa.
Fraternalmente,
Rafael Chiconelli .`.
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Lindo este texto Rafael! Realmente temos que ver os frutos da alma.
ResponderExcluirCRICA!
ResponderExcluirMuito lindo!Pior ainda mestre,são pessoas que alimentam de frutos ruins e amargos,só pelo fato da arvore ser linda,e depois não se sentirem alimentados.
ResponderExcluirRitinha, vc tocou num ponto importantíssimo :)
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