D´us é a essência sublime do desejo de compartilhar, proporcionando à todos seu amor ilimitado e tendo em suas criaturas e proporcionar bem a elas, o sentido de sua existência. Muitas vezes não entendemos como certas coisas chegam à nós, pois vislumbramos tudo numa ótica limitada as cinco sentidos.
A Cabala e sua vivência nos mostram que é possível transpassar este nível limitado de percepção, para enxergarmos as coisas em sua totalidade. Alcançando prazer e a satisfação que a proximidade com Hashem nos concede. Yossef, conhecido por seu talento cabalístico de interpretar sonhos, dizia: "a solução do enigma se encontra nas mãos de D´us e não na dos homens".
Isto quer dizer que a sintonia junto à Hashem é que faz as coisas se realizarem. E para que isto aconteça, precisamos buscar a equivalência de forma com ele, significa trocarmos nosso comportamento egoísta, pela doação que é a essência do Criador, logo, o que nos aproxima Dele.
Existe uma história cabalística que fala muito sobre a ordem natural das coisas e como tudo pode funcionar perfeitamente, quando há a sintonia. Certa vez, um padeiro fez um pão tão perfeito, que desejou entregá-lo em oferta ao Criador, então foi correndo á sinagoga. Colocou o pão dentro da arca sagrada e orou fervorosamente, para que o Eterno aceitasse. Ao terminar, foi-se embora.
Alguns minutos depois, um mendigo passava pela sinagoga e estava muito faminto. Sentia que se não comesse, morreria, então entrou no templo, ajoelhou-se e orou profundamente ao Eterno. Ao terminar, abriu a arca e encontrou ali o pão. Era um milagre! Ele chorou de alegria e gratidão e matou sua fome, voltando á rua.
Passando um pouco mais de tempo, o padeiro se perguntava se sua oferta teria sido aceita. Decidiu então voltar á sinagoga e ao abrir a arca sagrada, viu que não havia mais pão ali. Ficou muito feliz e então, decidiu oferecer ao Criador toda semana o melhor pão que pudesse preparar.
Os dias foram se passando, e sempre que o mendigo estava desesperado por comida, ia à sinagoga e orava com muita fé e ao abrir a arca sempre encontrava o pão e agradecia. Do outro lado, o padeiro sempre checava se sua oferta havia sido aceita e agradecia mais ainda, quando a via vazia.
Este fato ocorreu por inúmeros anos, sem que os dois sequer se conhecessem. É a beleza de como o Eterno atua em nossas vidas.
Fraternalmente,
Rafael Chiconeli