O nível de comunicação que aplicamos na Cabala é algo diferenciado, pois sua linguagem é a da própria espiritualidade, diferindo em relação as formas usuais de comunicação. O fato é que quando vivenciamos Cabala percebemos que nos comunicamos numa frequência diferente, alcançando níveis de entendimento que eram aparentemente inatingíveis.
No passado isto era reconhecido de uma outra forma, quando lembramos dos primórdios da Tradição. Sempre vejo pessoas falando de como a Cabala era "secreta", restrita a certos grupos de pessoas, com uma série de pré-requisitos, que caso não fossem preenchidos eram rapidamente fatores de exclusão.
A maior verdade de todas é a questão da linguagem e eu explico: ninguém, é capaz de vivenciar cabala se não entender a dinâmica da comunicação que leva ao entendimento. A relação mestre-discípulo, favorece isso, pois quem aprendeu esta linguagem ensina a seu aprendiz, que começa a se familiarizar de forma eficaz com os ensinos.
Os livros de Cabala foram amplamente publicados, muitos sabiam quem eram os cabalistas que os difundiam, no entanto, poucos aprendiam justamente, porque havia uma barreira linguística. Para quem não refinou ainda nesta comunicação, parece uma coisa inatingível ou um assunto facílimo de se tratar. Nenhuma coisa, nem outra: É um idioma iniciático.
Com o tempo há um refinamento maior, e os cabalistas se reconhecem entre si, por esta linguagem comum, que está vinculada diretamente à Alma e se manifesta na faculdade do sentir. Isto se manifesta em todos os níveis até ultrapassar a barreira do pessoal e mesmo lendo um livro sobre Cabala, você se torna capaz de saber se foi escrito por um cabalista ou não.
Nosso caminho é o do refinamento, sabemos que temos todos uma meta comum, um plano semelhante e uma força que nos "chama", tal qual a lei da gravidade em circunstâncias mais extremas. A linguagem cabalística vai nos permitir, cada vez mais, crescer e realizar nosso propósito final.
Shalom,
Rafael Chiconeli
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