quinta-feira, 16 de agosto de 2012

AS TRÊS COROAS E A CABALA


Nos é relatado no Talmud que existem três tipos diferentes de coroas, que enobrecem o ser humano, sendo que dois estão restritos ao mundo temporal e outro vai além, escapando de qualquer forma de restrição. As duas primeiras são as coroas do Reinado e a do Sacerdócio.

A primeira, foi dada ao Rei Davi, conforme evidenciado por Hashem, através de: "Sua semente para sempre será, e seu trono como o sol perante Mim (Tehilim 89:37)." A segunda, foi dada à Aron, o Cohen-Gadol, quando o Eterno se refere assim ao irmão de Moisés:"Será para ele e, para seus filhos após ele um pacto de sacerdócio eterno (Bamidbar  25:13)!"

No entanto, a mais importante é a terceira coroa, pois esta é a coroa da Torá, pois "encontra-se pronta e posta para quem a quiser", como relata a Mishná. A Cabala nada mais é, do que uma forma que temos de revelar o que está oculto nos escritos, que nada mais são, do que códigos metafísicos que nos auxiliam a desvendar as verdades que foram deixadas por D´us.

Os sábios cabalistas nos informam que sua vivência, é "mais importante do que pérolas (PV 03:15)." Isto nos ensina que seu valor vai além do material, afinal esta palavra "Pérola" no hebraico vem da mesma expressão "interior". De fato a prática da Cabala nos mostra não só escritos, mas uma conexão com aquele que gerou   tudo.

As Três Coroas, estão relacionadas originalmente ao número 3, que em Gemátria está situado no processo da evolução, mostrando que o sacerdócio e o reinado são estágios, entre o poder e a religiosidade. Em nossa existência material, nada é perpétuo, ao contrário da Torá.

O número 3, que representa a coroa da Torá, tem a ver com eternidade, algo que transcende o que é visível ou limitável. Pois representa a excelência e a confirmação de que um fato se completou. A vivência e estudo que nos revelam a Ohr (Luz), que se oculta nos dois números anteriores.

Shalom,

Rafael Chiconeli




terça-feira, 14 de agosto de 2012

GEMÁTRIA E A SUA VIDA


A Gemátria é por excelência a numerologia da Cabala, o sistema mais eficaz e exato que existe neste gênero, uma verdadeira revelação, através dos números e das letras hebraicas. Deste a origem, Hashem nos envia mensagens do poder que as letras têm, quando inicia toda a obra em Bereshit (Gênesis) ou "E no princípio..." quando começa a criar tudo a partir da letra Bet.

Desde então, a conexão entre as letras e os números se faz presente, quando da mesma maneira o Criador, cessa toda a sua obra no sétimo dia, criando o Shabbat e assim também glorificando o número sete. Que vai aparecer outras vezes, em especial, quando representa seu pacto com Noach (Noé), através do Arco-Íris (que também tem sete cores).

É também em Bereshit, que veremos D´us aplicando a Gemátria no patriarca e na matriarca do povo judeu. Seu nome era Abrão (Abram), "Pai Elevado", um belo nome, mas contrastava com o plano de Hashem para ele, afinal a promessa de D´us foi: "E constituirei Minha aliança entre Mim e ti e multiplicar-te-ei enormemente." (Bereshit 17:02).

Então continua o Criador: "Serás pai de uma multidão de nações e não se chamará o teu nome Abrão (Abram) e será teu nome Abraão (Abraham), porque pai de multidão de nações te fiz." (Bereshit 17:04). O nome Abraham tem a Gemátria de 248, e um outro significado, que o adequa à sua verdadeira missão, pois significa "Pai de Povos".

No Caso de Sarai, esposa do patriarca, a missão era outra. Porque se Abraham seria "Pai de Povos", tinha que haver alguém que realizasse a geração destes novos seres humanos, no entanto ela era uma mulher estéril. Afinal Sarai significa "Minha Princesa", o que indicava uma restrição, que Hashem acabou por desfazer.

"Sarai, sua mulher não chamarás seu nome Sarai, porque Sarah é o seu nome. e abençoá-la-ei e darei dela para ti um filho; reis e povos dela sairão". (Bereshit 17:15). Sarah tem o valor numérico "505" e significa "princesa", o que tira a restrição, porque deixa de ser "minha", para ser a de "muitos".

A Partir daí, todos sabemos o que aconteceu: Abraham e Sarah foram pais de Isaac e, de fato, deram sequência à uma série de nações e povos. A Gemátria tem inúmeras aplicações, mas neste caso, foi utilizada para ajustar pessoas à sua real missão nesta existência.

Um nome dentro da Cabala não é só uma palavra através do qual chamamos uma pessoa e sim, uma descrição de sua caracterização espiritual. É possível que através de alteração nas letras, que a pessoa possa ser colocada em seu rumo novamente, assim como obter cura e se conectar com a missão que de fato tem nesta vida. 

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A GEMÁTRIA: rafael@cabalainiciatica.com.br

Rafael Chiconeli

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PARASHÁ ÊKEV




A parashá desta semana fala do que precisamos fazer, para estarmos em unidade com o Criador. Nosso papel fundamental, é bem-dizer a Hashem, sobretudo, através das coisas que ele proporcionou para nós. Então devemos agradecer por tudo o que temos, pois isto revela um poder impressionante de conexão.

Moisés lembra ao povo, os feitos de D´us em relação a eles e às bênçãos que podemos atrair à partir de nossas orações e agradecimentos. O Zohar, nos diz que precisamos realizar este ato, não só para atrair coisas boas para nós, mas também todo o resto do mundo, afinal há uma perfeita interligação entre os seres.

Hashem revela, as entrelinhas que a Torá oculta: "E os que me desprezam, serão desmerecidos". Neste aspecto, este ato, é quando simplesmente não valorizamos àquilo que temos e nos mostramos incapazes de demonstrar o quanto nossas vidas são preenchidas pela bondade do Criador.

O Zohar nos revela, que esta gratidão, atrai bênçãos de cima: " Já nos forneceu uma explicação para isso, como está escrito: `em todos os lugares onde usam o meu nome para ser pronunciado, virei a ti, e te abençoarei` (Shemot 20:21). Depois que a bênção especial vem e repousa sobre a cabeça de QUEM ABENÇOOU, ela se espalha de lá para o resto do mundo". 

Assim, devemos refinar nossas palavras para que elas tenham o efeito necessário e pela força de doação, possam beneficiar à todos. Primeiro através da Kavannah, segundo, sabendo atribuir o agradecimento, de modo a realizar mitzvot, para que possamos "derramar bênçãos de cima para baixo".

Shabbat Shalom,

Rafael Chiconeli



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O MEL E A CABALA




O mel tem simbologia fascinante dentro da Cabala, sendo que o seu uso mais popular nos dias de hoje é em Rosh Hashaná, ano novo, quando comemos maçãs banhadas em mel. Esta é uma forma de Kidush Hashem (Santificação do nome de D´us), que falaremos no momento mais propício.

No mel em si, enxergamos a doçura, o emblema do labor bem empregado, para que algo nobre se concretize. Em hebraico, ela é pronunciada "Dvash", que pela Gemátria, equivale numéricamente à palavra "Av Ha´Chachamin", ou "Pai Misericordioso", que é um dos nomes de D´us.

Isto nos mostra que a conexão com o mel, está ligado diretamente à Chessed, quarta esfera da Árvore da Vida, que está vinculada á bondade do Criador. Como neste mundo também precisamos materializar as coisas, o mel é utilizado como uma "chave", para que possamos atingir o lado misericordioso de D´us.

Por outro lado, sabemos que há uma profunda ligação entre os mundos superiores e os inferiores. Assim, devemos aplicar esta doçura e misericórdia em nossas próprias ações, para trazer mais Luz à este mundo. 

Rafael Chiconeli